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Designer John Graz

John Louis Graz foi um dos precursores da decoração de interiores no Brasil. Graças à sua formação multidisciplinar, como artista plástico e designer, tornou-se um dos profissionais mais requisitados da sua geração. 

 O artista que nasceu em Genebra na Suíça em 1892 e morreu em São Paulo no ano de 1980 ficou conhecido por ser um decorador, escultor, pintor, designer gráfico e de interiores. 

John Graz iniciou sua carreira acadêmica na Escola Belas Artes em Genebra, onde foi aluno de Eugene Gilliard (1861 – 1921), Gabriel Vernet e Daniel Baud-Bovy (1870–1958). Durante esse período John Graz também foi aluno de Edouard Ravel, com quem aprendeu a múltiplas técnicas e estilos. 

Entre os anos de 1911 e 1913, o designer John Graz estudou decoração, design e publicidade com Carl Moss na Escola de Belas Artes de Munique. Já em 1913, ele passa um longo período na companhia dos irmãos Regina Gomide e Antônio Gomide.

Durante os anos seguintes John Graz teve contato com Paul Cézanne (1839–1906) onde conheceu o cubismo, fauvismo e futurismo. Foi premiado duas vezes com a bolsa Lissignol e parte da bolsa para estudos na Espanha. 

De volta à Suíça realizou inúmeros trabalhos como ilustrador. Mas foi em 1920 que John Graz veio para o Brasil, no mesmo ano se casou com a decoradora Regina Gomide 

Graças a Oswald de Andrade (1890–1954), o casal passou a fazer parte da vida intelectual da cidade. Foi então, que John Graz participou da Semana de Arte Moderna de 1922, onde expõe sete obras. No mesmo ano, teve um de seus trabalhos publicados na revista Klaxon, 7.ª edição. 

Em 1923, trabalhou com o arquiteto Gregori Warchavchik (1896–1972). A partir daí começou a projetar e decorar residências paulistanas, desenhando móveis, luminárias, afrescos, vitrais, maçanetas, banheiros e jardins. Tornou-se sócio-fundador da Sociedade Pró-Arte Moderna (spam), em 1932. 

Ainda no ano de 1930, produziu diversas capas para a revista Ilustração Artística do Brasil e formou o Grupo 7 com Regina Graz, Antônio Gomide, Elisabeth Nobiling (1902–1975) Rino Levi(1901–1965), Victor Brecheret (1894–1955) e Yolanda Mohalyi (1909–1978). Continue lendo e conheça mais sobre esse artista incrível. 

Conheça mais sobre o designer John Graz 

Como vimos acima, na primeira metade do século XX, em São Paulo, dois estrangeiros Gregori Warchavchik e John Graz começaram a produção de móveis sob encomenda e se estabeleceram o design de interiores como uma atuação profissional. 

Eles começaram atendendo aos interesses de uma elite ávida por novidades, assim os artistas realizavam projetos personalizados pensando em cada peça de forma exclusiva. 

 Os precursores

A partir de 1923, o designer John Graz que já executava inúmeros projetos residenciais na capital paulista foi considerado um dos introdutores do estilo art déco em São Paulo. Nessa época eles também contaram com a colaboração de Frederico Oppido (1877–1950) 

Ao projetar móveis, John Graz prevê sua distribuição no espaço e sua relação com painéis, vitrais e afrescos, sendo inovador na decoração de ambientes. A união dos elementos é uma das características das casas decoradas por John Graz, essa mesma proposta estende-se dos painéis pintados aos móveis, objetos e iluminação. 

 Arte na concepção e na execução do modelo

O artista que desenhava modelos em papel, e em alguns casos executava projetos que mostravam como ele havia pensado todo o interior do ambiente. A sua qualidade artística permitia que os clientes vissem suas ideias e sem dúvidas encantava e impressionava àqueles que contratavam seus serviços. 

A residência Cunha Bueno no Jardim América é um exemplo do seu pioneirismo. Na decoração, o artista elaborou inclusive o desenho geométrico do piso dos jardins. Infelizmente, com a ineficiência da indústria brasileira não foi possível a transformação dos protótipos de sua autoria em móveis produzidos em larga escala. 

A particularidade do design de interiores brasileiro

As criações de John Graz são uma maneira de marcar o rompimento com o modelo europeu de mobiliário vigente no país, ocorrido, sobretudo, a partir da década de 1930. 

 Na época, as peças com adereços e tecidos pesados, que levavam o nome de reis do velho continente, já não combinavam mais com a proposta da arquitetura moderna, estilo que ganhou força após a Semana de 1922, em São Paulo. 

Seguindo essas informações eles surgiram com novas propostas do estilo art déco francês e do estilo Bauhaus alemão, em que “menos é mais”, adaptando a concepção de mobiliário às novas referências vigentes, além de incluir a cultura e a matéria-prima brasileira em suas criações transformando o que era considerado moderno pelos europeus. 

Segundo informações do curador Sérgio Campos que realizou a última exposição de John Graz em 2003: 

“Os arquitetos tiveram de criar seus próprios móveis, para que fizessem sentido com suas obras. Os móveis com o estilo rebuscado europeu, além de não conversarem com os projetos arquitetônicos que surgiam, também não combinavam com o estilo de vida que se iniciava.”

Além dos arquitetos que passaram a projetar peças de mobiliário adequadas para seus projetos, alguns artistas plásticos, como John Graz, influenciaram a concepção do design de interiores brasileiro. 

A partir dos anos 60, John Graz abriu mão da arquitetura de interiores para se dedicar exclusivamente às artes plásticas. Sua obra foi tema inclusive de exposições importantes, como “Retrospectiva” na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) m 1970 e “John Graz e o Design”, em São Paulo em 1974, realizada no Museu de Arte de São Paulo (MASP), com apresentação de Pietro M. Bardi. 

John Graz deixou um legado de quase duas mil obras, incluindo uma vasta coleção de desenhos de móveis e ambientes completos, além de croquis e aquarelas, hoje sob cuidados do Instituto John Graz. Dessa forma, a versatilidade do artista suíço radicado no Brasil é atestada por meio da sua ampla produção, seja na área de design de interiores, artes plásticas, gravuras e cartazes. 

Indo muito além da sua participação na Semana de Arte Moderna de 1922 com alguns quadros, John Graz ficou conhecido pelos diversos projetos de móveis, esculturas entre outros, que preencheram espaços nas casas da sociedade paulistana. 

O Atelier Clássico tem uma vasta coleção de peças assinadas por designers famosos, vale a pena conhecer!

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